Mês: julho 2010
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Interatividade: Copa do Mundo Rede Globo 2010
A Rede Globo começa investir pesado em conteúdo interativo para a televisão digital. Para quem já possui aparelhos televisores (ou mesmo celulares) com dispositivo para a interatividade (com os chamados set-top boxes com o middleware Ginga), foi possível acompanhar as transmissão da Copa do Mundo com uma interface especial que trazia informações adicionais como pontuações da partida, enquetes e bolões em tempo real, tabelas dos jogos e notícias do campeonato.E ao contrário dos canais SBT e Band, que já estão disponibilizando seus próprios conteúdos interativos, a preocupação da Rede Globo com a adequação e integração com a linguagem visual televisiva se mostrou a mais evidente. Os botões, os grafismos e os infográficos acompanham a mesma identidade visual utilizada pela emissora para a Copa, abusando dos efeitos dourados tridimensionais e formas arredondadas.Em busca dessa importante padronização estética, alguns detalhes técnicos e de usabilidade em específicas situações foram deixadas um pouco de lado. Foi o caso dos botões que possuem a mesma representação gráfica – a bola dourada com adornos africanos – fazendo com que as palavras sobre cada um deles tivessem um peso diferenciador de identificação predominante. Contudo, os demasiados efeitos e os ajustes para diminuir as palavras grandes para um melhor encaixe sobre a ícone prejudicaram uma imediata leiturabilidade. O que não ocorre nas demais tabelas e infográficos que se apresentaram de maneira legível e exploraram de maneira eficiente a tela, principalmente as laterais, de modo a não atrapalhar em excesso a transmissão linear. Apesar que, em algumas situações, ficava difícil acompanhar o jogo com tantas informações na tela. Mas sem dúvida, a experiência interativa é bastante envolvente, muito pelo fato dessa integração com a comunicação visual da atração e a gramática televisiva.
Controle remoto identifica usuário por ‘tremedeira’ da mão
Fonte: Globo/Tecnologia
Padrão da TV digital brasileira poderá ser adotado por 17 países africanos
A dedicação do governo brasileiro de convencer outros países a adotar o padrão de TV digital nipo-brasileiro pode resultar na adesão de 17 países do Continente Africano. O assunto está entre os temas que serão abordados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem que fará em julho ao Continente Africano, liderando uma missão de autoridades e empresários brasileiros.
De acordo com o assessor especial da Presidência da República para o assunto, André Barbosa, os técnicos que foram escalados pelos 11 países africanos ligados à Comissão para o Desenvolvimento da África Austral (Southern Africa Develop Commission – SADC) já fizeram testes preliminares e deram aval ao sistema nipo-brasileiro. O padrão Integrated Services Digital Broadcasting Terrestrial (ISDB-T) foi criado no Japão e tem sido desenvolvido de forma conjunta com o Brasil.
“Funcionou perfeitamente. Agora, [os técnicos] vão apresentar as conclusões aos ministros. A Europa sabe que vai perder essa concorrência porque nosso sistema é muito melhor [que o padrão europeu DVBT]”, disse Barbosa à Agência Brasil.
“Não tínhamos a menor dúvida de que, ao comparar o nosso padrão com o europeu, os técnicos africanos chegariam à conclusão de que o nosso é melhor. Foi com essa certeza que trabalhamos para convencê-los a fazer essas análises”, explicou o assessor.
Segundo ele, a superioridade do padrão nipo-brasileiro se deve principalmente ao potencial de interatividade. “Para os africanos, nosso padrão será muito mais interessante, principalmente porque associa a TV digital a uma interatividade que, no caso do padrão europeu, é muito mais limitada”.
Barbosa argumenta que o tipo de interatividade proporcionada pelo padrão ISDB-T é interessante para países que, como a maioria dos africanos e alguns latino-americanos, possuem estrutura razoável de broadcasting televisivo mas não têm, ainda, a internet de banda larga implantada.
Além disso, o padrão europeu apresenta, segundo Barbosa, falhas na conexão com celulares. Sabendo disso, os europeus criaram um outro sistema mais moderno, o DVBT 2, mas que só foi implantado na Inglaterra. “O problema é que o DVBT 2 é muito caro, principalmente para os padrões africanos”. O assessor explica que o novo sistema europeu custa cerca de 240 euros para o telespectador, enquanto o sistema brasileiro sai por cerca de R$ 200 (menos de 100 euros).
A previsão é de que a decisão final sobre o padrão a ser adotado pelos países africanos que participam das negociações seja tomada a partir de setembro, após a apresentação das conclusões na próxima reunião da SADC. “Apesar de não haver nenhuma obrigação de que a decisão seja tomada em bloco, acreditamos que esta seja a tendência, uma vez que, até pela proximidade, esses países precisam ter seus sistemas em condições de ser integrados”, avaliou Barbosa. “Nossa expectativa é a de convencer todos os 11 países ligados ao bloco. Mas com a influência deles nos países vizinhos, é possível que o sistema seja adotado por cerca de 15 países, podendo chegar a 17, abrangendo também países como Quênia, Tanzânia e Guiné Equatorial”.
Com sede em Botswana, o bloco da SADC escalou técnicos de quatro países – Botswana, África do Sul, Namíbia e Moçambique – para fazer a avaliação.
Segundo Barbosa, a missão presidencial prevista para o início de julho será reforçada pela participação de empresários brasileiros nas negociações com possíveis parceiros econômicos, principalmente no Quênia, na Tanzânia, em Zâmbia e na África do Sul.
“O presidente Lula levará empresários brasileiros para discutir o assunto. E para reforçar, o governo brasileiro entregará aos ministros desses países uma carta compromisso – assinada pelos ministérios das Relações Exteriores e das Comunicações – garantindo a transferência de tecnologia e a abertura de royalties, além da apresentação de estudos de viabilidade de uso do espectro [de radiofrequência] e da canalização [do sinal digital]”, disse o assessor da Casa Civil.
Moçambique e Botswana já receberam as cartas compromisso. Tanzânia, Quênia, Zâmbia e Guine Equatorial receberão em breve. O documento garante, ainda, a doação de laboratórios para produção de material audiovisual, fornecimento de recursos humanos brasileiros e treinamento de pessoal. “Certamente o presidente Lula abordará o assunto nas reuniões que terá com os presidentes africanos”, disse Barbosa. “Mas este não será o principal tema da pauta de conversações”, acrescentou o assessor.
Fonte: FNDC